Depressão e luto: artesã supera doença transformando fotos em cachorros de crochê em Blumenau

Os cachorros de crochê hiperrealistas são uma das opções disponíveis para encomenda

Os cachorros de crochê realistas viraram desejo em Blumenau, depois que Débora Maria Cenci, 39, divulgou o trabalho nas redes sociais. Após superar a depressão, entre linhas e novelos de lã, a artesã encontrou uma nova forma de viver.

Depois de enfrentar um período de depressão enquanto acompanhava a mãe no hospital, ela descobriu no crochê não apenas uma terapia, mas também um caminho de superação e reconhecimento.

O primeiro trabalho marcante veio há cerca de um ano, quando foi convidada a participar do grupo Fio da Vida, ligado ao Hospital do Pulmão.

Na época, Débora conta que uma uma médica a pediu que criasse um boneco do Harry Potter em crochê. A peça ficou pronta em um dia e abriu as portas para um novo universo: o dos amigurumis personalizados.

Virada de chave com amigurumis

A virada aconteceu quando ela transformou a foto de um Shih-Tzu em um cachorrinho realista de crochê. O resultado surpreendeu familiares e fez as encomendas se multiplicarem.

“Ver a reação das pessoas ao receber uma peça, perceber que meu trabalho toca histórias de vida, é muito gratificante. O crochê me curou e hoje eu consigo levar conforto para outras pessoas também”, conta.

Entre os pedidos mais emocionantes, está o de uma cliente que perdeu a irmã para o câncer e pediu que Débora recriasse a imagem em crochê para presentear a mãe enlutada.

“Foi uma responsabilidade muito grande”, relembra a artesã.

Os cachorros de crochê

Hoje, Débora produz peças que vão de bolsas a cachorros de crochê hiperrealistas, fiéis em cada detalhe, com fios de lã implantados um a um, escovados e até alisados. Trabalho que pode levar 30 dias para ser concluído.

Com preços que variam entre R$ 25 e R$ 400 os trabalhos já chegaram a São Paulo e até à Argentina. Mas, para Débora, o maior retorno não é financeiro e sim a felicidade das pessoas. A artesã também compartilha os trabalho pelas redes sociais.

Aos poucos, a arte que nasceu como terapia se transformou em negócio, esperança e propósito. E cada cachorrinho de crochê que sai das mãos de Débora é também um símbolo da sua própria superação.

Entre a arte e os cuidados

Além da arte, Débora também carrega uma rotina desafiadora. Casada e mãe de dois filhos, ela divide o tempo entre a faculdade, a arte e os cuidados com a mãe, que enfrenta DPOC, hipertensão pulmonar e enfisema pulmonar e precisa de acompanhamento constante.

Hoje, mesmo com tantas responsabilidades, Débora reserva de quatro a seis horas por dia para produzir as peças. Cada ponto é feito com paciência e dedicação, como se fosse também um gesto de autocuidado em meio à correria da vida.


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